quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Musha Shugyou -  武者修行


Ter a possibilidade de viajar e conhecer outros espaços é uma oportunidade única. Mesmo que para locais próximos uma viagem requer um determinado esforço e certos sacrifícios. Acredito que é justamente por estas abdicações que uma viagem pode abrir caminhos para novas experiências e conhecimentos.
No universo tudo está em constante movimento, num fluxo contínuo de criação e destruição, ordem e caos. Não podemos manter algo armazenado por muito tempo que logo sua forma já não mais será a mesma. Se estivermos apegados a forma, quando chegar o momento de sua transformação ou decadência, sentiremos o sofrimento no coração.



A tradução da palavra shugyou (修行) é “busca do conhecimento, estudo, aprendizagem, formação, práticas ascéticas, ascética, prática da disciplina”, que é composta por dois kanji (ideogramas):

‘shu’ (da palavra: 修める osameru) que pode ser traduzido como “estudar, completar (um curso), cultivar, dominar, dar ordem (a vida)”, ou também como “conduzir-se bem”.

‘gyou’ (da palavra: 行く iku) que é traduzido como “ir, ir para uma jornada”.

Desta forma, podemos entender a palavra shugyou como “ir para uma jornada de estudos” ou “conduzir-se bem por uma jornada”. Neste ponto, necessitamos refletir sobre o que é conduzir-se bem por uma jornada de estudos.

Além das questões óbvias sobre ética e respeito com diferentes locais, culturas e maneiras de uma região que não é a sua, percebo que para entregar-se à este tipo de jornada para estudos  são necessários alguns cuidados.

Como havíamos percebido é necessário uma “entrega”, um “sacrifício” de certas coisas que provavelmente resultará num desconforto e incômodo. Uma viagem requer dormir fora de sua casa, longe de suas coisas, da alimentação com que está acostumado, as vezes num idioma que não é o seu e com costumes que você não reconhece. Tudo isso gera dor e sofrimento nublando nosso caminho e dificultando nossa busca.

É necessário matarmos à nós próprios para que o caminho ( michi) nos conduza de maneira natural, pelo próprio fluxo da natureza (自然お流れ shizen no nagare), abrindo assim espaço suficiente para absorvermos as novas experiências e os novos conhecimentos que dificilmente veríamos em uma mente nublada pelo apego.

Não podemos esquecer também que esta jornada de estudos é uma ação e que consequentemente resultará numa reação posterior, o que chamamos de Karma. Da mesma forma que em uma receita de bolo juntamos ingredientes, misturamos condimentos, preparamos as formas e colocamos em uma situação apropriada para que todas aquelas escolhas anteriores produzam algo que nunca poderíamos imaginar, estas ações de sacrifício e empenho produzirão outras ações, como uma enorme rede que liga tudo e todos.
A partir desta observação, apresento uma segunda forma de se escrever a palavra shugyou:

修業, composto do mesmo primeiro caractere ‘shu’, como na tradução anterior e trocando o segundo caractere para ‘gyou’, que possui duas leituras:

わざ (waza): que significa “ação, ato ou desempenho do trabalho”.
ごう (gou): que é a palavra japonesa para ‘karma’.

Portanto, podemos entender ‘shugyo’ como sacrificar nossos apegos em jornada de estudos e busca de conhecimento para dar ordem à nossa vida, nos conduzindo de maneira adequada e refletindo sobre cada ação que fazemos, de coração aberto para os resultados pesteriores.

Acredito que o ‘shugyou’, independente da natureza da prática (no nosso caso: ‘musha’, dos guerreiros) é uma das maneiras de nos entregarmos para o fluxo natural do universo.

Shidoshi-ho Giuliano Di Sevo
Seigi Dojo

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Taki Shugyou

Olá amigos!

Espero que todos tenham passado bons momentos nesta virada de ano.

Gostaria de convidar todos os praticantes e amigos a uma caminhada no Núcleo do Engordador do Parque Estadual da Cantareira.

Realizaremos o passeio no dia 8 de janeiro, com saída as 7h da manhã.

Aos interessados, por favor, entrar em contato (seigidojo@gmail.com) para mais informações.

Conto com a presença de todos!

Bufu Ikkan

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